fonte: internet
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é atribuído a indivíduos que apresentam desatenção e inquietude exageradas. Antes da alteração da nomenclatura médica, em 1994, o TDAH era conhecido como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). É considerado um transtorno do desenvolvimento, distúrbio inato que o indivíduo pode carregar da infância para a fase adulta, como a dislexia e o autismo.
O TDAH é, atualmente, definido por 18 sintomas divididos em dois blocos: sintomas de desatenção e sintomas de hiperatividade e impulsividade. Trata-se de uma doença de dimensão, ou seja, toda pessoa apresenta um grau de desatenção e inquietude, mas só é diagnosticada como portadora quando esse grau é elevado, ultrapassa a média estipulada pela medicina, e quando esses sintomas passam a prejudicar demais o indivíduo. Na infância, o TDAH pode ser detectado quando a criança:
- com frequência deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares e outras;
- com frequência tem dificuldade em manter a atenção em tarefas e atividades lúdicas;
- com frequência parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;
- com frequência não segue instruções e não termina tarefas;
- com frequência tem dificuldade para organizar tarefas e atividades;
- com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividade (brinquedos, lápis etc.);
- é facilmente distraída por estímulos alheios à tarefa;
- com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias;
- com frequência agita mãos e pés ou se remexe na cadeira;
- com frequência abandona sua carteira em sala de aula ou em outras situações em que se espera que permaneça sentada;
- frequentemente corre ou escala em demasia, mesmo quando é inapropriado ao local ou situação;
- está frequentemente “a mil” ou “a todo vapor”;
- com frequência fala em demasia;
- com frequência responde precipitadamente antes de uma pergunta ter sido completada;
- com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez;
- frequentemente interrompe ou se mete em assuntos dos outros.
Segundo o neuropsiquiatra Paulo Mattos, em entrevista à Marília Gabriela no canal GNT, o TDAH é um dos transtornos de maior influência genética apontado pela psiquiatria. Isso abre a possibilidade de que nossos antepassados sofressem do distúrbio sem serem diagnosticados. Há descrições médicas do século 19 que tratam de crianças que apresentavam comportamento diferente.
O TDAH aparece quando a criança já tem cerca de 6 ou 7 anos, quando adentra a vida escolar e tem que ficar sentada, prestando atenção na professora. Uma em cada 20 crianças não consegue se concentrar, portanto, apresentam o transtorno. Há ainda as que não apresentam hiperatividade (TDA), mais comum entre meninas, o que torna possível que o transtorno passe despercebido: elas se prejudicam por conta do distúrbio, mas não chamam a atenção porque não atrapalham a aula.
A psiquiatra Tatyane Coló ressalta ser fundamental a percepção dos pais e professores para o diagnóstico do TDAH. Ela conta que não há exames específicos para a detecção do distúrbio, somente a anamnese, entrevista realizada pelo profissional da saúde que busca relembrar todos os fatos relacionados ao transtorno e ao indivíduo acometido por ele. Coló diz ainda que a maior parte dos adultos com TDAH desenvolve medidas colaterais para lidar com o transtorno. “O indivíduo não consegue sentar e estudar. Mas, ao longo da vida, ele teve que aprender a fazer isso bem ou mal. Então, ele desenvolve ‘técnicas’ que possam ajudá-lo. Por exemplo, estuda ouvindo música, ou em silêncio absoluto, ou lê em voz alta”, explica.
No post “Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Um Fantasma Conveniente?”, a psicóloga e antropóloga Susan Andrews afirma que virou moda, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, diagnosticar crianças bagunceiras como “hiperativas”. Andrews apresenta dados alarmantes em relação ao consumo de medicação para tratamento do TDAH: mais de 1 milhão de caixas de Ritalina em 2005 já representavam um aumento de 25% em relação ao ano anterior. No Brasil, estima-se que o TDAH atinja de 3% a 6% das crianças em idade escolar. Ela ainda cita, em seu artigo, o caso do célebre primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, que poderia ser considerado uma vítima do transtorno quando criança por sua “conduta excessivamente ruim, sempre se metendo em alguma enrascada, um problema constante para todos”. No livro “Mentes Inquietas – TDAH: Desatenção, hiperatividade e impulsividade”, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva explica que é preciso saber identificar se a criança faz a travessura involuntariamente ou para te desafiar.
Em muitos casos, o TDAH pode ser tratado com a prática de exercícios físicos aliada ou não ao uso de medicação. De acordo com a psiquiatra Tatyane Coló, a atividade física melhora a capacidade de concentração e diminui a ansiedade do indivíduo. Outros benefícios do Pilates para pessoas em tratamento:
- aumento da autoconfiança;
- ganho de consciência corporal;
- melhora da postura;
- alívio de tensões e dores;
- aprimoramento da coordenação e do equilíbrio;
- prevenção de lesões.
Rafaela Porto, instrutora certificada STOTT PILATES™ e coordenadora técnica da Pilates StudioFit, recomenda que as aulas de Pilates sejam feitas com profissionais qualificados e materiais apropriados para a prática. “Isso vai refletir num aumento da auto-estima e confiança. Ouvir músicas durante as aulas é uma opção que ajudará o praticante tanto na concentração da execução dos exercícios, quanto nas respostas psicológicas presentes em qualquer atividade física que envolva coordenação motora como o Pilates”, explica Porto. “O equilíbrio é restabelecido, restaurando as conexões responsáveis pela sensação de segurança ao realizar as atividades do dia-dia”, conclui a instrutora.
Fonte: Revista Pilates
Nenhum comentário:
Postar um comentário